Cultura na Universidade, universidade lugar de cultura.

"[...] Precisa acabar com essa história de que cultura é uma coisa extraordinária.

cultura é ordinária. Cultura é igual a  feijão com arroz. É necessidade básica.

Tem que está na mesa, tem que está na cesta básica de todo mundo" (Gilberto Gil) 

Sem muito esforço podemos compreender a universidade em sua relação intrínseca com a cultura, esse conceito antropológico altamente complexo que de tão amplo às vezes parece pouco palpável, como o universo.  Mas não há dúvidas: a universidade tanto produz cultura como é produzida por ela. Nessa relação dialética a cultura na universidade assume contornos de uma “atitude natural”, isto é, algo que lhe é próprio, indiscutivelmente.  Neste caso, estamos pensando o conceito de cultura de forma abrangente, como tudo aquilo que é produzido e consolidado pela humanidade e que oferece recursos para uma vida em sociedade. Assim, a cultura está tanto no modo em que a universidade opera – instaurando uma cultura universitária – quanto, dada a característica formativa da universidade, nos conteúdos de estudo ou mesmo como disciplina, seja nas que discutem o conceito de cultura de forma ampla ou nas que promovem o aprofundamento nos fenômenos culturais.

Mas se a cultura é algo tão intrínseco à universidade, por que existe a necessidade de uma Pró-Reitoria de Extensão E Cultura?

A Extensão é um dos pilares da universidade, que sustenta, juntamente com o Ensino e a Pesquisa, essa instituição de ensino superior em sua tarefa cotidiana de produzir e de fazer circular conhecimento, para contínua e necessária transformação da sociedade, em todas as suas esferas.

Sem dúvida, um tripé costuma ser o suficiente para garantir sustentação, mas um quarto membro pode colaborar não só no equilíbrio, mas também na locomoção. Embora não seja considerado um dos “pés”, frequentemente encontramos a Cultura de mãos dadas com a Extensão na dinâmica organizacional da universidade. Embora Extensão também seja cultura, e Cultura seja quase sempre extensiva, diferenciá-las é uma atitude política de assumir a responsabilidade com a manutenção e a qualificação da cultura. E aqui não estamos mais falando da cultura com algo intrínseco às instituições de ensino ou da vida em sociedade, e sim na cultura como um campo de conhecimento pautado na experiência, na sensibilidade e na criatividade, que geram bens simbólicos, sejam eles materiais ou imateriais.

Dança, Teatro, Artes Visuais, Música, Circo, Performance, Cinema e Audiovisual, Museus, Literatura, manifestações tradicionais e da cultura popular urbana, tudo isso, em suas diversidades de expressões, faz parte do que estamos chamando de Cultura e que, de mãos dadas com a Extensão, caminha no sentido de fazer circular não apenas o conhecimento produzido na universidade – de dentro para fora – mas também os saberes e os fazeres produzidos externamente – de fora pra dentro e ao redor.

Dentro da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFG, a Diretoria de Culturas e Artes tem a missão de promover e de incentivar a preservação do patrimônio cultural, estimular a produção artística e garantir acesso aos bens culturais para a comunidade acadêmica e para a população em geral. Tarefa que vem sendo realizada pela UFG por meio do Centro Cultural da UFG, do CINEUFG e do projeto Música no Campus, para citar alguns exemplos diretamente relacionados à PROEC. Mas, sem dúvida, as unidades acadêmicas responsáveis pelo ensino das artes também têm papel fundamental nisso, pois formar artistas e arte-educadores perpassa, inevitavelmente, por fazer, além de conhecer e de exprimir.

Deste modo, Arte é construção, conhecimento e expressão. E expressão, não por um acaso, tem o mesmo prefixo de extensão, pois ambas as noções estão relacionadas com a ideia de colocar algo para fora, de exprimir, de expandir...

Cultura e Arte são, então, braços tentaculosos da Extensão que não só projetam a universidade para fora como também buscam no espaço externo possibilidades de interação, motivação e alimento.