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PICADO POR COBRA? E AGORA?

Em 08/08/16 16:55.

Projeto de extensão da UFG orienta população sobre como reconhecer cobras peçonhentas, socorrer a vítima e prevenir picadas

Camila Godoy

 

Crianças visitam o estande na Feira Agropecuária de Jataí

Crianças visitam o estande na Feira Agropecuária de Jataí

 

Em algumas pessoas, elas causam arrepios só de olhar. E não é para menos! A picada de uma serpente peçonhenta pode causar hemorragia, dor intensa, necrose e até mesmo a morte por sufocação. O terror dessa situação é tão evidente, que acidentes desse tipo já foram retratados diversas vezes em filmes e novelas. Assim como na ficção, eles são uma realidade bastante comum em todo o planeta. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, essa é a causa de 57 mil mortes todos os anos. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de acidentes ofídicos chega a  27 mil anualmente.

Ainda assim, mesmo com a frequência, muitos não sabem o que fazer diante de uma situação dessas. Nesses casos, o desconhecimento pode ser ainda mais perigoso que o próprio “veneno”. A constatação é da professora da Regional Jataí da UFG,  Mirian Machado Mendes, que idealizou o projeto de extensão Picado por cobra? E agora?. Por meio do projeto, ela e um grupo de estudantes orientam a população sobre como reconhecer cobras peçonhentas, socorrer a vítima e prevenir picadas.

As orientações começaram na Exposição Agropecuária de Jataí, em 2013, com o propósito de informar produtores rurais sobre o assunto. Bannersfolders e cobras taxidermizadas e preservadas em formol ilustravam a fala da equipe. Porém, muito além do público-alvo, a “novidade” chamou a atenção das crianças e dos jovens que passavam pelo local, fazendo com que a professora decidisse levar a proposta para escolas de ensino médio da região.

“Muitas vezes, como parte da academia, não percebemos como podemos fazer a diferença numa comunidade. Mas, se prestarmos atenção aos detalhes, é possível perceber o impacto e potencialidades de um projeto de extensão. No nosso caso, os jovens em idade escolar levam para suas famílias as informações que aprendem e atuam como dispersores do conhecimento sobre o tema”, afirmou Mirian Machado Mendes. O projeto deu tão certo que a equipe começará a ministrar palestras em fazendas, mediante convite de produtores.

 

Mitos

Durante as ações do Picado por cobra? E agora?, a equipe tem contato com diversas histórias recheadas de crendices e práticas erradas. Segundo os participantes, ainda existe quem acredita que as cobras tomam leite de mulheres em amamentação, outros que o uso de garrote e torniquete segura o “veneno” e há aqueles que furam o local próximo à picada para sugar a peçonha. “Conheci um senhor que, como parte de um ritual de cura, permaneceu com a perna enterrada no solo por mais de duas horas, acreditando que a terra extrairia a peçonha”, relatou a Profa. Mirian.

 

Primeiros socorros

Segundo a docente, não há muito segredo. O ideal é que a pessoa procure um serviço médico o mais rápido possível, lave o local da picada com água e sabão e tente identificar o gênero da serpente. Ela explica ainda que, apesar de existirem mais de 3.500 espécies de cobras divididas em 23 famílias em Goiás são encontrados apenas três gêneros de serpentes peçonhentas: Cascavel, Jararaca e Coral. Sendo que, cerca de 90% dos acidentes ofídicos envolvem Jararacas.   

 

Saiba como reconhecer as principais serpentes peçonhentas

JARARACAS

Desenhos ao longo de toda a pele do animal parecidos com a letra “U” invertida.

Desenhos ao longo de toda a pele do animal parecidos com a letra “U” invertida.

 

CASCAVEL

Presença do chocalho ou guizo na ponta da cauda.

Presença do chocalho ou guizo na ponta da cauda.

 

CORAL

Anéis vermelhos, brancos e pretos em toda a extensão do corpo (ventre e dorso).

Anéis vermelhos, brancos e pretos em toda a extensão do corpo (ventre e dorso).

 

PREVENÇÃO

- Use botas de cano longo ou perneiras ao andar pelo campo;

- Use luvas para manipular folhas, entulho ou lenha;

- Evite caminhar à noite pelo mato;

- Feche frestas de portas e janelas em fazendas e ranchos;

- Feche as entradas de barracas e portas de carros no campo;

- Mantenha os quintais limpos; e

- Não mate os principais predadores das serpentes, como emas, gambás e gaviões.

 

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